Futebol e show de rock em Buenos Aires – Dica do leitor

Se você acha que a capital portenha é só alfajor e vinho, vai se surpreender com o relato do Tomaz. Ele viajou buscando futebol e show de rock em Buenos Aires e, claro, amou a cidade, assim como a maioria dos outros turistas! No meio da viagem ele ainda foi para o Uruguai, mas daí vamos deixar esse relato para a próxima semana.

Quem está com uma viagem marcada para Buenos Aires pode dar uma olhada no nosso guia Guia Básico: 4 dias em Buenos Aires. Temos também o Guia Lado B dos pontos turísticos de Buenos Aires, que é ótimo para quem deseja conhecer os pontos turísticos portenhos menos convencionais.

Futebol e show de rock em Buenos Aires – Dica do leitor

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Já aviso que este é um texto absolutamente parcial. Se você está pensando em ir para Buenos Aires, pense um pouco menos e se decida logo. Minha viagem para a Argentina e Uruguai foi incrível. E vejam só, nem gosto de alfajor e vinho, mas a cidade portenha também vale a pena para quem quer fugir de um roteiro tradicional, até mesmo gastronômico. Fui para ver futebol, shows de rock, beber cerveja e caminhar o máximo possível. Deu tão certo que já quero voltar.

Primeiramente, a época: escolhi maio porque não é um mês que chove muito (mas peguei chuva, não muita) e gosto de frio (mas nada insuportável). A máxima que peguei foi de 18 graus, a mínima, de madrugada/início da manhã, foi de 7 ou 8 graus. Mas geralmente, ficava ali entre 12 e 15 graus, ideal para um calorento como eu ostentar só uma jaqueta, mas os mais friorentos precisarão de um pouco mais…

Decidi desembarcar em Ezeiza, pois há um voo direto Brasília-Ezeiza, de um pouco mais de 3h de duração. Muito prático e conveniente. Mas fiquei com medo de trocar pesos no aeroporto, pois não sabia se o Banco de La Nación estaria aberto de madrugada (detalhe: ele funciona 24h), e não quis passar apuros e ter que sacar em um cajero eletrónico.

Por chegar de madrugada (saí às 2h e meu voo de volta ao Brasil era às 5h) e ainda desconhecer a cidade, optei por um transfer confiável, que é parceira do blog. Fiz logo amizade com Diego, o simpático motorista, que se esforçava no portunhol até mais do que eu. O transfer é mais caro que outras opções, mas como não sabia nem se tinha ônibus de madrugada e precisava acordar cedo para o passeio Lado B de Buenos Aires, deste próprio blog, não podia perder tempo e dormir um pouco seria bom. Foi confortável, rápido e eficiente. Recomendo.

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Primeiro dia: sábado

Fiquei no Uno Buenos Aires Suites (Rivadavia, 1944), ao lado do Congresso. Gostei dele e ficaria novamente. O quarto é bem espaçoso, a cama é muito confortável, tem TV a cabo, ar condicionado, o chuveiro é bom e a vista do terraço é bem legal (tem academia por lá). Os funcionários são bem gentis e solícitos. O café de manhã é bem simples, mas não me incomodei. Tive um problema com água quente do chuveiro, que foi logo resolvido e com o barulho do ar condicionado do quarto ao lado, que pode incomodar quem tem sono mais leve. O grande porém é que às vezes eu escutava a TV e as vozes do quarto ao lado, quando o volume era mais alto, não a ponto de ouvir claramente, mas sim, isso foi o lado desfavorável. Mas gostei do hotel e ficaria novamente, pois o preço é justo e a localização bem boa, perto de estações do metrô, chamado de subte. Outra coisa importante, o wi-fi funciona bem.

Acordei e fui para o passeio, que, eu sei que é meio suspeito falar sobre o passeio no próprio blog, mas sim, de fato vale a pena, não é à toa, que é muito bem avaliado no Trip Advisor. O Vinícius, o guia da ocasião, é gente finíssima. Vale a pena.

Foto do Tomaz durante nosso passeio Lado B. Crédito: Henderson Moret
Foto do Tomaz durante nosso passeio Lado B. Crédito: Henderson Moret

Após o passeio, me encontrei com um amigo argentino (Guillermo), que me levou até La Bombonera. O estádio do Boca é bem legal, vale a visita. Na saída, comi um choripán (gigantesco e delicioso) e tomei uma cerveja em frente ao estádio. Não achei o local perigoso, mas também ao lado de um argentino, torcedor do Boca que conhece bem a região, é bem mais tranquilo.

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Comprei em um kiosko o cartão Sube (que você vai recarregando e serve pro metrô e pro ônibus), bem prático e barato. Também andei de táxi (não tive problemas com notas falsas e é sempre bom olhar o trajeto antes, mas os motoristas que andei foram corretos) e de Uber. Não é tão fácil achar carros do Uber, são poucos e caso use, recomendo andar no banco da frente, pois ele chegou há pouco por lá e os ânimos ainda estão um pouco acirrados.

No ônibus, não tem cobrador, você fala para o motorista onde vai descer e paga proporcionalmente, aproximando o cartão Sube do visor. Já o metrô, é bem prático, funcional e rápido, só evite andar nos horários de pico (início da manhã e fim de tarde), pois não peguei filas para entrar, mas ele vai bem cheio, mesmo com trens passando a cada 2 ou 3 minutos.

Fui comer no Burger Joint. Hambúrguer incrível, sensacional. Melhor que qualquer um que comi no Brasil. Você paga e aguarda seu pedido, o lugar é pequeno e costuma encher. Pode sentar nas mesas de fora, tem um cachorrinho, que sempre te faz companhia e recebe cafuné de pessoas que passam na rua, pois ele deve ser “da casa”. A carne é deliciosa e gastei, se não me engano, uns R$50,00 no sanduíche com fritas e 2 pints de cerveja artesanal. Não há custo-benefício melhor na cidade.

Gostei muito de caminhar pelo Palermo Soho, lembra um pouco a Savassi (Belo Horizonte) ou Vila Madalena (São Paulo), mas com mais charme e menos caos. Aliás, há uma decadência na cidade (Palermo, San Telmo, Villa Crespo, Recoleta e Centro, onde andei mais) que para mim é muito atraente, é uma cidade que sofre reveses de problemas econômicos, mas que é viva, é bonita e resiste. Você vê pobreza, mas há algo no ar, que não sei se vem das parrillas ou Rio de la Plata, mas é uma cidade que cativa, hipnotiza, mesmo com seus defeitos, te pede pra ficar mais e quando você vai embora, lamenta.

Outra observação: o portenho sai pra jantar bem tarde e muitos bares e restaurantes fazem promoção de cerveja (tipo pague uma, leve duas) até 20h. Vale muito a pena. E outros, como La Cabrera, fazem promoção pra comer, que conto um pouco mais abaixo.

Segundo dia: domingo

Dia de Feira de San Telmo. Ela é enorme, são vários quarteirões, se quer ver tudo, reserve umas quatro ou cinco horas pra bater perna. Não comprei nada, mas vi muita coisa interessante e ali perto provei o Chipá, o pão de queijo paraguaio.

Em seguida fui a Puerto Madero e sinceramente não vi muita graça na Puente de la Mujer (confesso que estava meio cansado de tanto andar). Lá estava repleto de turistas, pois é um famoso ponto turístico da cidade.

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À noite eu fui a um show da banda local El Bordo, no Luna Park. Foi bem legal, uma pena que o argentino fuma bastante e o lugar era fechado, aí saí meio defumado, mas nada diferente do que ainda vemos em muitos lugares no Brasil. A casa de show é bem legal, pertinho da Casa Rosada e do metrô.

Terceiro dia: segunda-feira

Passear na Calle Florida, Galerias Pacífico, ver a Casa Rosada e adjacências vale a pena, mas é algo rápido, já se programe em seguida.

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Almocei na Guerrín: não deixe de ir. Jamais! Melhor pizza e empanada que comi na cidade. Conheci o Espacio de la Memória: não vá, pois está em obras, com muitos casarões fechados, mas ali muitas pessoas foram torturadas e mortas no regime militar. Tem vários cartazes e faixas e o clima é meio pesado, mas espere as obras acabarem para conhecer.

Fui provar as cervejas artesanais do Nola e da Cervelar, ambos separados por apenas um quarteirão, na Villa Crespo. No Nola tem promoção antes das 20h, o pint de cerveja artesanal sai a 40 pesos. Bom demais!
Depois, fui assistir a um jogo de futebol da segunda divisão argentina, a chamada Primera B. É bom pesquisar os estádios, pois alguns são em áreas perigosas, não é o caso do Ferro Carril, que recebeu o Nueva Chicago e perdeu por 2 a 0. Ir a um jogo de futebol e em um show de rock na Argentina são duas coisas que eu precisava fazer e que valeram muito a pena. Uma ótima experiência, que me fez recordar como eram os estádios de futebol no Brasil (antes dessa elitização das arenas) e dos shows de rock também (pois hoje a maioria se preocupa mais com o selfie do que em curtir o show).

Quarto dia: terça-feira

Conheci o estádio do River Plate. A visita guiada ao Monumental de Nuñez é meio bobinha, a guia só fala em espanhol e bem rápido, para quem não tem um portunhol razoável, pode “boiar” um pouco, mas vale a pena, pois temos acesso ao vestiário e ao campo, podendo tirar foto perto do gramado, na arquibancada, etc e tal. Atenção: o passeio é de hora em hora (10h, 11h, 12h, etc) e atrasos não são tolerados, ele começa pontualmente!

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Jantei no La Cabrera, acho que foi a melhor carne que já comi. O restaurante tem 40% de desconto entre 19h e 20h, então faça a reserva no site e chegue cedo! Se gosta de carne mal passada, peça “ao ponto”, se gosta de ao ponto, peça “bem passada”. Não gosto de vinho, mas não tinha cerveja, pedi o vino de la casa e ele estava maravilhoso (mas esqueci o nome). É um lugar mais caro, mas que vale cada peso gasto. O atendimento é ótimo.

Em seguida, assisti a um dos melhores shows da minha vida, dos uruguaios do Cuarteto de Nos, no Teatro Vorterix, que estava abarrotado. Público muito animado e muita molecada, supreendentemente para uma banda com mais de 30 anos de carreira.

Ao final, comi empanadas no La Americana. É um lugar bem tradicional, as empanadas são boas, mas estão abaixo do Guerrín e do El Sanjuanino.

Em seguida fui para o Uruguai e voltei pra Buenos Aires, para mais um dia. Mas antes deu tempo de ir para Recoleta e conhecer o Cemitério, que não estava no meu roteiro, mas que de fato impressiona, pois parece uma cidade dentro do bairro.

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Quinto dia: domingo

Comecei conhecendo o Parque de la Memória, na beira do Rio da Plata, perto do Aeroparque. Parque em homenagem às vítimas do regime militar. Há muros enormes, com os nomes de milhares de vítimas. Vale a pena a visita, pois impressiona.

Almocei no El Sanjuanino, famosa pela melhor empanada da cidade. É muito boa, mas na minha opinião levou a medalha de prata. Se sentar perto da entrada, será atendido pelo garçom José Luis, que é gente finíssima (mas o atendimento, como em muitos lugares na cidade, é mais lento do que estamos acostumados no Brasil).

Após uma caminhada em Palermo, jantei no Pony Line. Lugar requintado e caro, com um hambúrguer sensacional (e caro, paguei se não me engano 220 pesos). Para mim, ele perde para o Burguer Joint no custo-benefício, mas se topa comer em um local impecável no atendimento e com um pouco mais de requinte, além de um baita (em todos os sentidos) sanduíche, eu recomendo.

Não deixe de caminhar ou pedalar. A cidade é plana, aproveite. Eu ia de metrô para todos os lugares. Em alguns deles eu caminhava dez ou quinze quarteirões, que são planos e curtos, Buenos Aires foi feita para bater perna; deixe o ônibus, táxi ou Uber para depois das 22h30, quando o metrô fechar.

Não tenho dúvidas que vou voltar, acho que cinco dias foram poucos, recomendo uma semana para ter uma experiência mais completa, inclusive conhecendo cidades nas proximidades, algo que não fiz, mas que certamente farei.

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Muito obrigada por compartilhar sua experiência conosco, Tomaz! Realmente, Buenos Aires é tão plana e tão charmosa que o melhor a se fazer é caminhar bastante. E é impressionate o amor dos argentinos pelo rock. Não é à toa que muitas bandas gringas que passam pela cidade sempre dizem que a plateia impressiona!

Para ver mais dicas de turistas brasileiros em Buenos Aires, visite a categoria DICA DO LEITOR.

E estamos precisando de mais dicas, pessoal! Não precisa ser o seu roteiro completo, compartilhamos de tudo, desde um restaurante desconhecido que você experimentou e amou, até lugares mais conhecidos! O que não vale é não contar para os nossos leitores um tiquinho da sua viagem. Escreva para airesbuenosblog@gmail.com e mande muitas fotos junto.

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Confira todas as nossas dicas de hotéis em Buenos Aires. São vários posts com resenhas, melhores bairros e muitas outras dicas.

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4 comentários em “Futebol e show de rock em Buenos Aires – Dica do leitor”

  1. Ficarei no Hotel Uno também Tomaz. Permita-me perguntar-lhe: Há algum restaurante, supermercado ou ponto interessante bem próximo do Uno? E longe de intromissão, mas por uma questão logistica: Quanto se gasta mais ou menos numa viagem como a sua para 5 dias? Tenho receios rsrsrs

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    • Marcus, tem vários restaurantes ali perto na Av Corrientes. Sobre o cálculo de gastos, temos vários posts sobre isso. dê uma procurada pq ajuda muito

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