As mulheres que dão nome às ruas de Puerto Madero

Se você chegou até o cruzamento da Juana Manso com a Azucena Villlaflor sem fazer a menor ideia de quem era uma ou outra, que tal dar uma espiada no que os livros de história contam sobre elas?

É bastante provável que você já tenha notado: mas todas as ruas de Puerto Madero têm nomes de mulher. Mas não mulheres quaisquer, e sim heroínas revolucionárias que estiveram à frente de seu tempo lutando por liberdade, igualdade e independência.

A ideia de nomeá-las surgiu em 1995, quando Puerto Madero tinha acabado de nascer (o antigo porto ficou abandonado por mais de 50 anos até ser revitalizado e sediar o mais novo bairro da capital).

A homenagem é justa, já que na época em que viveram boa parte dessas mulheres foram hostilizadas e marginalizadas (quando não perseguidas e mortas) pela sociedade de então. Para não esquecê-las jamais, saiba quem foram e qual sua importância na história argentina. Aproveite ainda caminhar pelo Parque de las Mujeres e pela Puente de la Mujer, também no bairro.

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As mulheres que dão nome às ruas de Puerto Madero

Puerto Madero
Reprodução: Buenos Aires Ciudad

Como são 30, listamos a seguir apenas as principais (ou mais simbólicas). Para conhecer a história de todas, dê uma olhada no site com informações sobre o bairro.

Azucena Villaflor (1924-1977)

Uma das fundadoras do movimento Madres de Plaza de Mayo, criado para denunciar o terrorismo do estado durante a ditadura cívico-militar argentina.

Seu filho havia sido sequestrado no final de 1976 e, cansada das desculpas que o Ministério do Interior dava aos pais de desaparecidos, Azucena propôs que as mulheres se organizassem.

Em abril do ano seguinte começava o ritual de marchar em círculo com lenços brancos na cabeça, toda quinta-feira, na Plaza de Mayo – e que durou mais de 30 anos.

Em dezembro daquele mesmo ano, porém, a própria Azucena foi sequestrada e assassinada por um comando clandestino da Marinha Argentina. Desde 2005, suas cinzas estão depositadas na Plaza de Mayo.

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Azucena Villaflor - As mulheres que dão nome às ruas de Puerto Madero

Mariquita Sánchez de Thompson y de Mendeville (1786-1868)

Figura importante do debate sociopolítico e intelectual de seu país, Mariquita Sánchez abraçou a causa da independência argentina e apoiou – com recursos e influências – muitas das conquistas pela pátria. F

amosa como a grande “anfitriã nacional”, em sua casa na atual calle Florida eram debatidos os principais assuntos políticos e literários da sociedade argentina dos séculos 18 e meados do 19. Aliás, foi em sua casa que se cantou pela primeira vez o hino nacional, em maio de1813.

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Mariquita Sánchez - As mulheres que dão nome às ruas de Puerto Madero

Julieta Lanteri (1873-1932)

Nascida na Itália, foi a primeira mulher a entrar para o Colegio Nacional de la Plata (onde só rapazes eram aceitos) e uma das primeiras a se formar em medicina no país.

Impedida de se inscrever para a Cátedra de Doenças Mentais por ser imigrante, Julieta solicitou uma carta de cidadania e, em 1911, tornou-se a primeira argentina naturalizada. Com o documento, deu entrada ao pedido para obter um título eleitoral e também nisso fez história, tendo sido a primeira mulher a votar na América Latina, 40 anos antes das argentinas terem acesso às urnas.

Em 1919, fundou o Partido Nacional Feminista e se apresentou como candidata a deputada. Obteve 1730 votos numa época em que todo o eleitorado era masculino. Foi uma incansável defensora dos direitos das mulheres. Sua morte por atropelamento em 1932 levanta até hoje suspeitas de assassinato.

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Julieta Lanteri

Juana Manso (1819-1875)

Escritora e pedagoga renomada, é autora do primeiro livro de história argentina para escolas. Dedicou a vida em defesa das mulheres e das crianças.

Aos 20 anos, quando sua família era perseguida pelo governo de Juan Manuel de Rosas, exilou-se em Montevidéu, onde fundou o Ateneo de las Señoritas, dedicado a lecionar aritmética, leitura, gramática, idiomas e artes. Também no Uruguai começou a publicar poemas sob pseudônimos.

Em sua temporada no Brasil com o marido, escreveu obras importantes de teatro e fundou o semanário Jornal das Senhoras, onde publicava artigos sobre a educação da mulher e sua emancipação.

De volta à Argentina, em 1859, foi nomeada diretora da primeira escola mista do país pelo presidente Sarmiento. Fundou dezenas de escolas com bibliotecas públicas e foi a primeira mulher a participar da Comissão Nacional de Escolas, ainda no século 19. Vítima de uma sociedade machista, foi atacada e forçada a renunciar ao cargo, falecendo poucos anos depois.

Juana Manso

Alicia Moreau de Justo (1885-1986)

Nascida na Inglaterra, formou-se em Medicina na Argentina e foi uma das primeiras mulheres do país a se envolver na política. Fundadora do Centro Socialista Feminista e da União Feminista Nacional, é um dos pilares da emancipação civil da mulher na Argentina.

Foi membro fundadora da Assembleia Permanente dos Direitos Humanos e da Confederação Socialista Argentina, e lutou ao lado das mães e avós da Plaza de Mayo até sua morte, aos 100 anos de idade.

Alicia Moreau de Justo

Aimé Painé (1943-1987)

Descendente de índios Mapuche (povo originário da Patagônia), foi precursora dos direitos, língua e tradições de sua gente.

Aos 3 anos, sua mãe abandona seu pai e Aimé é enviada a um orfanato de freiras em Mar del Plata, onde cresce e é educada longe de sua cultura. Batizada como Olga Elisa (já que as leis argentinas não permitiam na década de 1940 que indígenas fossem registrados com seus próprios nomes), mudou-se para Buenos Aires onde foi a principal porta-voz da cultura Mapuche por meio da música, que cantava no dialeto quase extinto Mapu Dugun.

Nunca gravou nenhum disco. É uma das homenageadas no Salão da Mulher da Casa Rosada, sede da presidência argentina, ao lado de figuras emblemáticas como Eva Perón.

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Aimé Painé

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