Edifício Kavanagh, uma história de amor e rancor

 

Sempre passei pelo centro de Buenos Aires pelas imediações da Plaza San Martín e nunca dei muita bola para o Edifício Kavanagh.

Fui prestar atenção mesmo quando assisti a Medianeras, uma comédia romântica argentina que fala muito da arquitetura e a vida na capital portenha.

Quer saber um pouco mais sobre ele? A gente te conta.

Kavanagh

Edificio Kavanagh

Com 31 andares e 120 metros de altura, esse espigão foi por muito tempo o prédio mais alto do país. Porém o que ele tem mais de interessante é a história da sua construção. Corina Kavanagh, de uma família muito rica do início do século passado, mandou erguer essa enorme construção por vingança a um amor fracassado.

A jovem era apaixonada por um moçoilo da tradicional família Anchorena, porém os pais dele nunca aprovaram a relação e fizeram o possível para ela dar errado. Contrariada pela decisão dos Anchorena, Corina se vingou escondendo uma outra obra arquitetônica, a Igreja do Santíssimo Sacramento, templo construído em 1920 pelos Anchorena que seria usado como sepulcro da família.

O único pedido de Corina para os arquitetos e engenheiros da obra, inaugurada em 1936,  era que ela tapasse totalmente a vista que a família Anchorena, que morava do outro lado da Praça, tivesse da igreja.

Kavanagh

Hoje, 76 anos depois da sua inauguração, é praticamente impossível ver a tal Igreja e de certa maneira ela quase desapareceu da paisagem portenha. Para vê-la é preciso chegar até a passagem Corina Kavanagh. Ou seja, a vingança foi mais que consumada! Nunca subestimem o rancor arquitetônico de uma mulher mal amada!

Os apartamentos do prédio são enormes, o menorzinho deles tem 140 metros. Em 2008, um apartamento que ocupava todo o andar 14 foi vendido por U$ 5,9 milhões. Até hoje possui moradores da aristocracia portenha.

O Kavanagh fica bem no final da Calle Florida, no número 1065. É uma parte bem pouco frequentada pela turistas brasileiros já que é a parte da rua que não tem mais lojas e fica bem do lado da Plaza San Martín. Vale a pena esticar a caminhada para apreciar essa belezura da paisagem portenha!

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10 comentários em “Edifício Kavanagh, uma história de amor e rancor”

  1. Acrescenta a parte da passagem privada, que se a Mercedes Castellanos de Anchorena quisesse ir a igreja, tinha que pedir permissão para utilizar a passagem privada ou dar a volta no quarteirão.

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  2. Desnecessário o comentário da “mulher mal amada” acho que não foi esse o caso… comentário machista

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  3. Tulio, muito bom, como sempre! Só prá complementar… o 14 pertencia à sra. Kavanagh, que lá viveu desde a const. do prédio. Ela talvez tenha sido amante do filho de Mercedes Anchorena, dona do palacio, hoje S.Martin e doadora da igreja do ss. sacramento (talvez uma das mais belas da cidade) que mandara construir de frente para sua casa, do outro lado da praça. Por outro lado Mercedes morreu em 1920 e o edificio foi construído em 1935… a história é confusa… rs

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  4. Muito bacana e informativo o seu blog Tulio e bastante espirituosa sua observação sobre o “rancor arquitetônico” da Corina. Indo à bela Buenos Aires nunca deixo de passar em frente à joia arquitetônica do Kavanagh e de caminhar pela travessa rumo à igreja. Na última viagem tratei de conseguir um quarto no Hotel Plaza, ao lado de ambas as construções. O conjunto de prédios ali existente, comandados pelo belíssimo arranha ceu e complementados pela magnifíca Plaza San Martin, é, a meu ver, o mais bonito da capital portenha. E, também, como se vê pelo seu relato, historicamente muito rico.

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  5. http://pt.wikiarquitectura.com/index.php/Edif%C3%ADcio_Kavanagh

    “Diz-se que havia uma rivalidade entre Corina Kavanagh (quem mandou construir) e Mercedes Castellanos de Anchorena, proprietária do Palácio de Anchorena (atualmente Palacio San Martín), também localizado em frente à Plaza San Martin, e que Corina fez se erguer o edifício para barrar a Mercedes para ver a Basílica Santíssimo Sacramento que esta ajudou a construir. No entanto, esta versão é falsa, porque Mercedes morreu em 1920, 14 anos antes que o trabalho foi iniciado.”

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