Gigante adormecido: a decadência do River Plate

Um dos clubes mais tradicionais do mundo, o River Plate amarga um período nefasto em sua história. O time sofre com dívidas e pode até ir à falência, segundo declarações de seu presidente, Rodolfo D’Onófrio.

Maior campeão argentino com 33 títulos e duas vezes vencedor das Libertadores, o River atravessa uma turbulência, que culminou com a queda para a segunda divisão argentina, em 2011.

Mesmo com o retorno à elite do futebol portenho e a quase classificação para a Libertadores deste ano, as nuvens negras estão longe de se dissipar dos lados do Monumental de Núñez.

Confira conosco um pouco sobre a decadência do River Plate.

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A decadência do River Plate

2008 a 2010: o caminho para a tragédia

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Quem acompanhou o River Plate no primeiro semestre de 2008 não poderia imaginar o que estava por vir. Sob o comando técnico do ex-jogador Diego Simeone, a equipe conquistava o Torneio Clausura e garantia seu 33º título argentino, que foi assegurado com uma vitória por 2×1 sobre o Olimpo no Monumental. Veio o segundo semestre e com ele o Torneio Apertura.

A equipe não se encontrou e terminou o campeonato na última colocação. É preciso explicar que, na Argentina, funciona um sistema de média de pontos para definir quem serão os rebaixados no campeonato seguinte – algo semelhante ao que aconteceu no Campeonato Brasileiro de 1999.

Portanto, mesmo terminando na última colocação, o River possuía uma boa média de pontos e permaneceu na primeira divisão; Simeone havia sido dispensado com a eliminação na Copa Sul-Americana para o Chivas do México.

No Clausura de 2009, o técnico era Nestor Gorosito, que assumiu o comando do time quase um mês após a saída de Simeone. Mesmo com as contratações de Mariano Barbosa e Cristian Fabbiani, além do retorno do ídolo Marcelo Gallardo, o time terminou o campeonato na modesta oitava colocação, com 27 pontos em 19 jogos.

Já no Apertura, Gorosito só resistiu ao cargo até a 7ª rodada, saindo após uma derrota para o San Lorenzo. Seu substituto era o ex-jogador Leonardo Astrada, ídolo formado no clube. Mesmo assim o River ficou na 14ª colocação, com 21 pontos.

Em dezembro daquele ano ocorreram eleições no clube. O eleito foi o ex-jogador e técnico Daniel Passarela, vencendo na disputa Rodolfo D’Onófrio, então atual presidente.

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decadência do River Plate

Com nova administração o River foi disputar o Clausura 2010. O 13º lugar, com 22 pontos, fez com que o time ficasse em 12º na tabela de descenso. Astrada foi substituído por Angel Cappa nas últimas rodadas do torneio. Com Cappa, as vitórias voltaram a aparecer e o River ganhou de Godoy Cruz, Vélez e Racing.

No Apertura 2010 tudo parecia ter retornado aos eixos. Após dois campeonatos seguidos não figurando sequer entre os dez primeiros, o River terminava em 4º lugar, com 31 pontos. Há seis rodadas do fim do Apertura, Cappa deixava o cargo, sendo substituído pelo interino J. J. Lopez. C

om o novo técnico, o time conseguiu um empate e quatro vitórias, uma delas no clássico com o Boca Juniors, por 1×0, no Monumental. Mesmo com a 4ª colocação, o River precisava ter cuidado com sua média de pontos no promédio, a tabela de descenso do campeonato.

Essa preocupação rondou o Monumental no Clausura 2011. E se confirmou com o 9º lugar no campeonato, com 26 pontos. O desempenho deixou o River em penúltimo lugar na Tábua de Promédios, com uma média de 1,236 ponto, ficando atrás em 0,0027 ponto do Tigre, que se safou e permaneceu na primeira divisão.

Com o resultado, a equipe de Núñez teria que disputar a Promoción (ou repescagem). Quarto colocado na B Nacional (segunda divisão argentina) e precisando superar a Promoción para confirmar sua vaga na elite argentina, o Belgrano seria o adversário do River Plate; as duas equipes se enfrentariam em dois jogos.

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Promoción: rebaixamento, batalha campal e suicídio

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O primeiro confronto com o Belgrano seria na casa do adversário, em 22 de junho de 2011. Os Millonarios entraram em campo com um time misto, com muitos juvenis e deixando titulares, como Pavone, Caruso e Maidana no banco.

Aos 25 minutos do 1º tempo o árbitro Néstor Pitana marca toque de mão do zagueiro Adalberto Román (que mais tarde passaria pelo Palmeiras) na área. Pênalti para o Belgrano que Mansanelli bate e converte.

A tragédia para o River se confirma aos 4 minutos da 2ª etapa, com Pereyra aumentando para os Piratas. Além do placar adverso, os jogadores do River tiveram que enfrentar alguns integrantes da torcida, que invadiram o campo para agredi-los – a confusão paralisou a partida por 20 minutos.

O River teria que reverter a desvantagem de dois gols no Monumental e sem poder contar com Almeyda, Román e Ferrari, suspensos por tomarem o quinto cartão amarelo no torneio.

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A partida de volta, no dia 26 de junho, já começou movimentada. Logo aos 3 minutos, o Belgrano tem um gol anulado pelo árbitro Sérgio Pezzota, que assinalou um impedimento inexistente. Dois minutos depois, o River abre o placar. Pavone recebeu na entrada da área, girou e bateu rasteiro. A bola foi canto esquerdo do goleiro Olave.

O resultado deixava o River há apenas um gol de igualar o placar agregado. Apesar de toda a pressão do Monumental, quem acabou marcando foi o Belgrano: aos 16 minutos da segunda etapa, um longo cruzamento é alçado à área do River; a defesa rebate mal e a bola cai nos pés do volante Farré, que empata o jogo.

O River ainda teria um pênalti a seu favor, após Caruso sofrer a carga dentro da área. Mas Pavone desperdiçou a cobrança, defendida por Olave.

Quando faltava um minuto para o fim do tempo regulamentar a torcida do River começou a atirar objetos para dentro do campo, forçando o arbitro a encerrar o jogo por falta de condições. O incidente fez com que posteriormente o Tribunal Disciplinar desse os pontos para o Belgrano.

Se o empate conseguido em campo já não salvava o River do descenso, a derrota no tribunal garantiu a queda da equipe de Núñez para a B Nacional. Desde o seu surgimento, em 1909, era a primeira vez que o River Plate caía para a segunda divisão do futebol argentino.

Logo após o jogo, torcedores entraram em confronto com a polícia. A confusão resultou em quebra-quebra nos arredores do estádio, 89 pessoas feridas (sendo 35 policiais) e 50 presos. Com isso, o Monumental de Núñez foi temporariamente interditado.

O técnico J. J. Lopez pediu demissão no dia seguinte. O presidente Passarela anunciou que não concorreria à reeleição. A queda do River também foi a causa do suicídio do jovem Daniel Ezequiel Bramajo, de 23 anos, que teria se jogado em frente a um trem. Segundo testemunhas, Daniel estava alcoolizado e pulou na linha férrea de propósito – tal possibilidade foi descartada pelos familiares do jovem, que acreditam que tudo não passou de um acidente.

A volta à elite em 2012

Após rebaixamento confirmado, a torcida do River pediu que o clube disputasse a B Nacional  com uma camisa diferente. Era a forma simbólica de manter o tradicional manto branco com faixa transversal vermelha longe da 2ª divisão – chegou a ser cogitado um modelo com uma faixa preta no lugar da vermelha.

Após 38 rodadas, o time terminava o campeonato líder, com 73 pontos, 20 vitória, 13 empates e 5 derrotas. A última partida do River na segundona argentina foi contra o Almirante Brown, vencida pelos Millonarios por 2×0. A queda  e o regresso à 1ª divisão foram separados por 363 dias.

Curiosamente, o jogo que marcaria o retorno do River à elite foi justamente contra seu algoz na Promoción, o Belgrano. Os velhos fantasmas pareciam ainda assombrar a equipe de Núñez, que perdeu em casa por 2×1.

O campeonato sofreu alterações e a partir deste ano não haveriam mais dois campeões argentinos por temporada. Os vencedores do Torneio Inicial e do Torneio Final decidiram o título argentino em uma partida desempate (que não aconteceria se um mesmo time vencesse os dois torneios), em campo neutro.

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decadência do River Plate

A primeira vitória do River Plate na 1ª divisão depois do descenso ocorreu em 11 de agosto, 15 meses depois de seu último triunfo na elite argentina. Foi na 2ª rodada, em cima do Estudiantes em La Plata, por 2×0.

O resultado fez com que o time terminasse aquela rodada em 4º lugar. Ao término do Torneio Inicial, o River ficou em 8º. Melhor sorte teve o time no Torneio Final, em que ficou em 2º lugar, com 35 pontos, somente 3 atrás do Newell’s. Na tabela de rebaixamento, a equipe acabou a temporada em 7º lugar, bem longe do risco de um novo descenso.

E ainda foi responsável pela maior goleada no campeonato: vitória de 5×0 em cima do Godoy Cruz no Monumental de Núñez , pela 10ª rodada do Torneio Inicial.

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Lutando por uma vaga na Libertadores de 2014

O River terminou o Torneio Inicial de 2013 em 17º lugar. Mas a 2ª colocação no Torneio Final deixou a equipe bem posicional na tabela agregada de 2013, que decidia os classificados para a Libertadores do ano seguinte.

O clube brigou até a última rodada por uma vaga na competição sul-americana. A disputa entre San Lorenzo, Vélez, Newell’s e Lanús, decidiria se o River jogaria ou não a Libertadores. De qualquer forma, acabou tendo que assistir de fora Vélez Sársfield (campeão argentino 2012/13), Newell’s Old Boys (vencedor do Torneio Final 2013), San Lorenzo (vencedor do Torneio Inicial 2013), Arsenal de Sarandí (campeão da Copa Argentina 2012/13) e Lanús (vencedor da Copa Sul-Americana 2013) garantirem participação na competição continental. Hoje, com o Torneio Final na 9ª rodada, o River ocupa a 5ª colocação, com 14 pontos.

Longe do rebaixamento, mas também distante dos tempos em que brigou pela América, essa foi uma pouco da história da decadência do River Plate.

Texto de Murilo Basso, especial para o Aires Buenos

Fotos: Site River Plate

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3 comentários em “Gigante adormecido: a decadência do River Plate”

  1. Túlio e Murilo, boa noite. Sou um grande fã de futebol e estou indo para Buenos Aires no sábado, dia 27 de setembro.
    Verifiquei que haverá um jogo no estádio Nuevo Gasômetro do San Lorenzo, no proprio sabado, as 21:30 hrs.

    A região é perigosa? Consigo comprar ingresso na hora? Ida e volta de ônibus é perigosa? Estarei no Sheraton do Puerto Madero.

    Agradeço a ajuda.
    abrx Christian

    Responder
    • Fala Christian,
      Olha a região do Nuevo Gasômetro é bem tensa sim, cercada de favelas. Uma das piores localizações de estádios da cidade. Já fui e não tive problema, mas não é bom dar uma volta pela região. É chegar e voltar.
      O ideal seria vc ir de taxi. Ou se nao tomar um metrô até a estaçâo José M Moreno da linha E e dali pegar um táxi.
      O ingresso rola comprar na hora sim.

      Responder
      • Obrigado pela informação.
        Estou indo para Buenos Aires amanhã e a noite tem jogo do San Lorenzo, as 21:30 hrs, acho. Sabe algum site confiável que tenha a tabela do Campeonato Argentino com horário dos jogos? Sei que tem jogo de futebol toda hora na Argentina. huahuahua
        Estou pensando em ir de táxi então, de metrô deve ser perigoso este horário né? Vi em algum site que tem o ônibus 132 que para lá também, mas não sei se não é arriscado.
        Valeu.

        Responder

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