O 25 de maio argentino explicado em 2 museus

Nessa quarta-feira é feriado nacional na Argentina pelo dia da Revolução de Maio, evento histórico dos mais importantes do país, que marcou o início de sua independência da Espanha, proclamada seis anos depois, em 9 de julho – seis antes da nossa.

Se você aproveitou o feriado brasileiro de Corpus Christi para passar uns dias na capital argentina, que tal conhecer um pouco mais dessa história em dois museus de Buenos Aires?

O 25 de maio argentino explicado em 2 museus

25 de maio
La Revolución de Mayo, obra de Francisco Fortuny

Corria o ano de 1810 no Vice-Reinado do Rio da Prata quando um grupo de revolucionários argentinos decidiu que era hora de se libertar de uma vez da coroa espanhola, destituindo o vice-rei Baltasar Hidalgo Cisneros e criando, no seu lugar, o primeiro conselho de governadores do estado nacional, conhecido como Primeira Junta.

O processo foi longo, mas seus dias mais quentes e decisivos aconteceram de 18 a 25 de maio de 1801, na chamada Semana de Mayo, quando o povo saiu às ruas pedindo por liberdade e ocupando em peso a Praça de Maio, que na época ainda se chamava Plaza de la Victoria.

Os detalhes da revolução estão contados em diversos museus portenhos, mas a gente recomenda muito dois deles, o Museo Nacional del Cabildo y la Revolución de Mayo e o Museo Histórico Nacional – Havia um terceiro, o Museo del Bicentenário, mas atualmente está fechado para reformas.

25 de maioEspécie de prefeitura da época colonial, os cabildos foram uma das instituições mais importantes das colônias hispano-americanas, já que centralizavam a justiça, a administração, a segurança e o abastecimento das cidades da época (a palavra vem do latim, Capitulum, que significa cabeça. O Cabildo de Buenos Aires foi erguido em 1612, mas de lá pra cá passou por diversas reconstruções. O lugar serviu de prisão, de sede do governo do Vice-Reino do Rio da Prata, e foi o principal cenário da revolução de maio de 1810, até ser dissolvido em 1821. Na década de 30 foi declarado Monumento Histórico Nacional. Além da própria arquitetura do edifício, a visita vale pelos inúmeros documentos, fotografias, quadros, estandartes, objetos e móveis ali expostos, como um retábulo do altar da antiga Basílica de San Nicolás de Bari, onde flamejou pela primeira vez a bandeira argentina, em 1812, , no local onde hoje está o obelisco. A entrada no Cabildo custa apenas 15 pesos (às terças é gratuito) e há visitas guiadas rolando em vários horários (consulte o site do museu).

25 de maioOutro dos museus públicos que recomendamos é o Histórico Nacional, fundado em 1897 no terreno onde fica o Parque Lezama, em San Telmo. Já escrevi sobre ele aqui. A coleção tem mais de 50 mil peças relacionadas à história argentina – de sua fundação até meados do século 20. A Revolução de Maio, naturalmente, é um dos temas mais presentes, sobretudo em duas mostras permanentes: Revolución de Mayo y Guerra de la Independencia, e Sociedad porteña en 1810. O museu abre de quarta a domingo e, nas quartas, a entrada é de graça.

25 de maioPara as comemorações dos 200 anos da Revolução de Maio, a então presidenta Cristina Kirchner inaugurou o Museo del Bicentenário, um espaço belíssimo, que narrava por meio de documentos, imagens, objetos e vídeos dois séculos de história argentina (com abordagem revisionista e certo enfoque militante ao peronismo, é verdade). O próprio espaço era uma aula à parte, já que ficava sobre as ruínas do antigo forte de Buenos Aires, na baixada atrás da Casa Rosada. Há quase um mês, porém, o museu está fechado para reformas (o jornal Página/12 fala em “deskirchnerização”). Segundo uma matéria do La Nación da semana passada, na gestão Macri o Bicentenário se tornará o “Museo de los presidentes argentinos“, e a ideia é reinaugurá-lo para o bicentenário da independência, no dia 9 de julho. De qualquer forma, a produção audiovisual do museu ainda está disponível aqui, e vale a pena.

Museo Nacional del Cabildo y la Revolución de Mayo
Bolívar, 65, em frente à Praça de Maio.
Terça, quarta e sexta das 10h30 às 17h; sábados, domingos e feriados das 10h30 às 18h, quintas das 10h30 às 20h. Visitas guiadas em diversos horários.
Entrada: $15 (grátis às terças)

Museo Histórico Nacional
Defensa, 1.600, San Telmo
De quarta a domingo, das 11h às 18h
Entrada: $20 (grátis às quartas)

Aproveite e conheça os 6 museus nada comuns em Buenos Aires.

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6 comentários em “O 25 de maio argentino explicado em 2 museus”

  1. OLÁ, Quais as programações para os dias 28 de abril a 01 de maio?
    dia 30 de abril e 01 de maio será feriado na Argentina?

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  2. Bom dia Mariana, queria tirar uma dúvida: o Cabildo a entrada é gratuita na terça ou na quarta? Ao longo do texto você colocou que era na quarta, mas no final colocou as terças.

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    • Olá, Thaty, obrigada pelo toque. Já consertamos no texto. O dia gratuito é terça-feira, “los martes” 😉 Beijão!

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  3. Bom dia Mariana, estamos chegando amanhã cedo e vi que ano passado tiveram shows na Plaza de Maio, até o Carlos Vives, qual a programação para amanhã na cidade, fora conhecer a história da Argentina, tem shows, eventos culturais, sabe se a livraria El Ateneo estará aberta, no site não diz nada. abraços

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