Sete dias de frio em Buenos Aires – Dica do leitor

Hoje é dia do Fernando contar um pouco dos sete dias de frio que ele passou em Buenos Aires. Mas o frio e o clima cinza não o desanimou e ele fez muitos passeios legais, inclusive visitou Colonia del Sacramento. Ao final ainda ganhou um lindo dia de sol para colocar os bracinhos para fora dos casacos e visitar os encantadores parques da cidade!

Para quem está com viagem marcada para Buenos Aires, recomendamos que você aproveite um dos nossos guias de viagem. Temos um básico, com todos os pontos turísticos fundamentais para quem visita a cidade pela primeira vez, o Guia Básico: 4 dias em Buenos Aires. E para quem quer fugir da rota tradicional e conhecer Buenos Aires como um verdadeiro local, temos o Guia Lado B dos pontos turísticos de Buenos Aires.

Sete dias de frio em Buenos Aires – Dica do leitor

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1º dia

Desembarcamos em Buenos Aires numa tarde chuvosa e fria de segunda-feira para passarmos sete dias. Os termômetros marcavam seis graus e o frio parecia congelar, esperava que no início de setembro as temperaturas da capital portenha estivessem mais altas, mas tivemos que tirar os casacos, cachecóis e luvas das malas para experimentar o frio argentino e começar a conhecer Buenos Aires.

Chegamos às 15h no Aeroparque, aquele que é pertinho do Centro, e o táxi fica bem barato para qualquer lugar do circuito turístico da capital. Como de costume, fomos encaminhados para a imigração antes do desembarque. Lembrando que para entrar na Argentina você deve apresentar o Passaporte ou a Carteira de Identidade expedida nos últimos dez anos, não vale Carteira de Habilitação. Para quem entra com o RG, é válido lembrar também que o canhoto com o carimbo da imigração deve ser apresentado na saída, sob pena de multa.

Quando desembarcamos, trocamos R$450,00 no Banco de la Nación, ali mesmo no aeroporto, a uma cotação de $3,90. Troque apenas o necessário lá, deixe para trocar os reais por pesos na Calle Florida, as cotações são bem mais em conta – chegamos a fazer câmbio de $4,60.

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O táxi nos levou do Aeroparque até o Hotel de las Luces, localizado no centro da cidade, pertinho da Casa Rosada, e nos custou 200 pesos. A localização do hotel não poderia ser melhor, estávamos no coração de Buenos Aires e a locomoção para qualquer lugar da cidade era fácil e barata. Estávamos há metros da Plaza de Mayo e de várias estações de metrô, há poucas quadras da Avenida 9 de Julio e do Obelisco e eram 10 minutos de caminhada até Puerto Madero. Além da localização, o hotel era confortável e bonito por dentro, acho que o melhor custo benefício de Buenos Aires.

A noite já estava caindo quando chegamos ao hotel, e o frio só nos permitiu uma pizza e um bom vinho ali perto. Restava descansar da viagem e nos prepararmos para o dia seguinte.

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2º dia

A chuva fina que caia sobre Buenos Aires deixava o dia cinza ainda mais frio. Mesmo assim, depois do café da manhã com muitas medialunas e doce de leite resolvemos enfrentar o frio charmoso da cidade. A arquitetura do centro foi o que mais impressionou: palácios, templos e casarões que se desdobram em outros tantos. De qualquer lado que você olhar estando na Plaza de Mayo vai se encantar, ao norte a Casa Rosada, nas laterais, a imponente sede do Banco de la Nación Argentina e a Catedral Metropolitana, ao sul o prédio do Museu do Cabildo. Um deslumbre! Lembrando que a visita na Casa Rosada só acontece aos sábados e domingos e tem que ser agendada com 15 dias de antecedência pela internet.

Seguimos pela charmosa Avenida de Mayo onde haviam lojas, bares, restaurantes, bancos e prédios monumentais. Almoçamos no Café Tortoni, ponto turístico gastronômico da capital e comparado à Confeitaria Colombo, do Rio. O lugar é o que promete: arquitetura e decoração clássica, comida boa e preços que acompanham a média dos restaurantes do Centro. Depois do almoço, fomos para Avenida 9 de Julio, a Paulista dos argentinos, onde encontramos o Obelisco, um dos maiores símbolos do país. Um pouco depois, o imponente Teatro Cólon chamava atenção, mas decidimos não fazer a visita, que custava 250 pesos por pessoa.

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Seguindo o passeio, fomos para a famosa e agitada Calle Florida, centro de varejo da cidade. O primeiro ponto a visitarmos foi as Galerias Pacífico, um shopping famoso por sua arquitetura interna e externa que impressiona. No local, funciona também o Centro Cultural Borges, com apresentações de tango e espetáculos, e nós demos uma passadinha por lá. Voltamos para o hotel a pé e conhecemos o resto da Florida, no caminho trocamos os pesos por reais e aproveitamos para comprar o show de tango – o pacote, com translado, jantar e espetáculo ficou 150 reais por pessoa, mais pra frente eu falo sobre ele.

À noite pegamos um táxi para a Plaza Dorrengo, em San Telmo, que nos custou 120 pesos ida e volta. O destino foi uma indicação que pegamos na internet, mas, confesso, que decepcionou. O local era escuro e só tinha quatro ou cinco restaurantes abertos e não havia quase movimento nenhum. Mesmo assim, escolhemos uma cantina italiana que nos serviu uma massa deliciosa e um bom vinho, a conta saiu em torno de 900 pesos para três pessoas.

3º dia

O frio ainda pairava sobre Buenos Aires, mas a vontade de conhecer e aproveitar a cidade nos levou até o famoso Caminito, no bairro La Boca. O táxi ida e volta nos custou menos de 300 pesos. Ao chegar fomos logo abordados pelos dançarinos de tango em frente a Havana, lugar mais emblemático do bairro. Pena que eles cobravam 100 pesos para tirar foto. O Caminito se resume em duas ou três quadras de casinhas coloridas bem charmosas., visitamos algumas lojas, pequenas galerias e o interior de algumas casas. No final do passeio, paramos no La Perla, um restaurante bem decorado e em frente a Havana, a comida não foi um espetáculo, mas pagamos cerca de 600 pesos na conta para três pessoas.

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Seguimos a pé para o Estádio La Bombonera, que fica bem pertinho do Caminito. Por estar localizado em uma zona periférica de Buenos Aires, as ruas até lá são bem simples e, particularmente, achei o local sujo e desprezado pelos órgãos públicos. O estádio do Boca Juniores, que me desculpem os hermanos, mas nem se compara ao nosso Maracanã, seja pelo tamanho, pela estrutura, pela beleza, ou até mesmo o acesso ao local.

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Na volta, pedimos ao taxista que nos deixasse na estátua da Mafalda, ali em San Telmo. Depois de conhecer e tirar foto com os personagens do Quino, fomos andando para o hotel e, no caminho, matei a curiosidade: comi as famosas empanadas argentinas, uma de carne e outra de queijo e presunto. Uma delícia!

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A noite chegou e tivemos uma das experiências mais incríveis de Buenos Aires: o cassino flutuante. O local fica em Puerto Madero e funciona em uma embarcação atracada no Rio de la Plata, fomos de táxi até lá. O acesso é livre e, apesar de estarmos em um barco, a estrutura do Cassino é de impressionar: muitas luzes, carpetes e decoração de primeira; escadas rolantes levam aos andares de cima, muitas máquinas enlouquecendo os apostadores e visitantes.

Na saída, fomos ao restaurante Pleno Buffet, ali mesmo no Cassino. Que experiência gastronômica incrível! Como era um dia de quarta-feira e era a nossa primeira vez no local, pagamos 250 pesos (55 reais) por pessoa para comer de tudo. Comida árabe, japonesa e chinesa, churrasco, massas, pizzas, frutos do mar, entradas divinas e sobremesas de cair o queixo. Pedimos um vinho e ganhamos outro. POR FAVOR, coloquem no roteiro de viagem – lembrando que os dias mais baratos são durante a semana!

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4º dia

As nuvens cinzas e o dia pálido deram lugar a um sol deslumbrante em Buenos Aires, portanto, era dia de conhecer os parques e jardins da cidade. Pegamos um táxi do centro até o Jardim Botânico, em Palermo, que nos custou 110 pesos a ida. Árvores, flores, estufas e fontes ornavam o local, que não era muito grande. Logo em frente ao Jardim Botânico estava o Zoológico da cidade, a entrada era 190 pesos por pessoa, e acabamos não entrando no local.

Saímos a pé pelas ruas de Palermo até os seus famosos bosques. No caminho uma Freedo, provamos dois ou três sabores por apenas 29 pesos a bola de sorvete. Delicioso! Fomos então ao famoso Jardim Japonês, que estava logo em frente. A entrada custa 70 pesos e vale muito a pena. O local é cortado por um pequeno lago cheio de carpas enormes e pequenos peixes, podemos caminhar pelas pontes e labirintos para melhor observá-los. Tudo isso com muito verde, flores e um toque japonês em sua arquitetura.

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Atravessamos de Palermo até a Recoleta andando, as ruas são charmosas e enchem os olhos, estávamos na área mais nobre da cidade. No caminho, uma parada rápida no MALBA. Continuamos nossa peregrinação até a Florális Genérica, ficamos por ali, deitados nas espreguiçadeiras, vendo aquele dia lindo e ouvindo o som das águas que vinham do monumento da Flor, que abre e fecha os seus metais ao longo do dia.

Saímos do parque e fomos para um restaurante ali próximo, comemos frutos do mar e tomamos um bom vinho argentino. Tudo por 700 pesos para três pessoas. Duas quadras depois estávamos no Recoleta Mall, um shopping center super moderno e bonito, e no famoso Cemitério da Recoleta, ponto turístico mais inusitado que já visitei na vida. Na verdade, o local é incrível e chama atenção para os verdadeiros templos em forma de mausoléus, é difícil escolher qual impressiona mais. Na saída, mais uma pausa para um Freedo, no largo bem simpático que fica na frente ao cemitério.

Estava quase anoitecendo quando pegamos um táxi direto para o Colônia Express, em Puerto Madero. Lá compramos as passagens para Colônia del Sacramento, no Uruguai. A viagem seria no dia seguinte bem cedo e custou 1200 pesos por pessoa para ida e volta. Voltamos para o hotel e aproveitamos para descansar, afinal o dia seguinte começaria às 6 horas da manhã, o que ainda é noite em Buenos Aires.

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5º dia

O dia ainda estava escuro e o café da manhã do hotel ainda nem havia sido servido quando saímos a procura de um táxi. Chegamos às 7 horas no Colônia Express para fazer o check-in e passar pela imigração, o que demora quase uma hora. Após as burocracias, entramos no confortável catamarã na empresa, mas a ida, que estava marcada para as 8 horas, só aconteceu depois das 9 da manhã. Chegamos no nosso destino depois das 10 horas, trocamos 200 reais por 1500 pesos uruguaios para as despesas do dia.

O centro histórico da cidade fica a poucos metros de onde desembarcamos e dá pra ir andando. Antes, uma parada para o café da manhã em um pequeno bistrô na entrada do local. Cappuccino, chocolate quente e torta para os três saiu em torno de 600 pesos uruguaios.

Um portal de pedras dá acesso ao Centro Histórico de Colônia e às ruazinhas mais bonitas do sul do mundo. O local mistura o porto e as suas casinhas coloridas, os seus paralelepípedos super charmosos à brisa suave do oceano. É um lugar incrível! Passeamos e tiramos muitas fotos por todas as ruas do Centro. Uma pausa para uma cerveja e alguns petiscos e seguimos. A próxima parada foi no farol, você paga 30 pesos uruguaios para subir, o que equivale a 4 reais. A vista de lá é encantadora e dá pra vê todo o Centro de Colônia.

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Voltamos às 16h para o terminal de embarque, mas com a sensação que deveríamos explorar mais o Uruguai, de povo tão hospitaleiro e simpático. Talvez esticar dois ou três dias em Punta Del Este e Montevidéu seja o melhor complemento para quem viaja para Buenos Aires, o acesso às duas cidades se dá através do terminal de ônibus de Colônia del Sacramento, são próximas e não sai tão caro. Deixa para a próxima!

6º dia

O sol brilhou forte no nosso penúltimo dia na capital portenha, deu até para colocar camiseta e ir passear em Puerto Madero. O bairro surgiu para modernizar o porto da cidade, e parece que atendeu as expectativas: prédios, pontes, bares e um estrutura moderna e bonita nas margens do Rio de la Plata. Caminhamos pelo porto até a Ponte de la Mujer, famoso cartão postal argentino, fomos também até a Museu Fragata Sarmiento, que funciona também em uma embarcação ancorada no rio, a entrada custa apenas 10 pesos argentinos e lá dentro é super interessante e bonito. Paramos em um barzinho bem descolado que fica logo a frente do museu flutuante: dessa vez, cerveja argentina, petiscos e muito bate-papo em frente àquela vista incrível. A conta ficou em 500 pesos. Caminhamos mais um pouco para conhecer o bairro e fomos para o hotel, a noite seria de tango.

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A van chegou pontualmente às 20h no hotel e nos deixou na esquina Homero Manzi às 21h. Fomos recepcionados e encaminhados a uma mesa em frente ao palco principal. Logo os garçons começaram a servir as entradas e o vinho branco solicitado. De prato principal veio o famoso e delicioso bife de chorizo, ainda teve a sobremesa. Lembrando que tudo estava incluso no pacote. O show de tango começou após o jantar, depois das 22h. Que espetáculo! Vários casais se revezavam no palco dançando o tango portenho mais tradicional da cidade, dois cantores embalavam as músicas e uma banda fazia um som de primeira. Não desgrudamos os olhos do show, e olha que cheguei a pensar que duas horas de tango seria muito. Recomendadíssimo!

7º dia

O domingo começou fervendo na Plaza de Mayo com festa brasileira, era o Buenos Aires Celebra o Brasil. Bandas brasileiras, apresentações de passistas, barraquinhas com comidas típicas e tudo pintado de verde e amarelo. Notamos uma grande presença de brasileiros, tanto os turistas como os que moravam lá. A festa durou o dia inteiro e foi a nossa despedida da cidade.

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Demos um intervalo na festa e fomos até a Feira de San Telmo que fica logo ali, em uma das transversais da Plaza de Mayo. A feirinha tem de tudo e a um preço bem camarada, desde chaveiros e penduricalhos até roupas e comidas argentinas. Muitos artistas de rua também se apresentam no local e expõem suas obras ao longo da feira, que é enorme. Na volta, passamos no Museu da Casa Rosada, que só abre de quarta a domingo, a entrada é livre.

À noite, para nos despedirmos da cidade, fomos dar um passeio pelas ruas próximas e paramos em um restaurante em Puerto Madero. Noite regada a boa comida, vinho e a saudade que já estava dando da capital argentina.

8º dia

O tempo virou em Buenos Aires e voltou a chover na capital. O voo de volta estava marcado para 12h e saímos do hotel às 9h30, foi uma dificuldade para achar um táxi que nos levasse para o aeroporto, nenhum que passava na frente do hotel queria nos levar por causa das nossas malas. Um adendo: de modo geral, os argentinos estão longe da simpatia e da presteza dos brasileiros, são mais fechados e encontramos muitas dificuldades para pegar informações com os portenhos, os taxistas principalmente. Cartão vermelho para os hermanos!

Pela janela do táxi nos despedimos da beleza desmedida da cidade, com sua arquitetura incrível, seus monumentos grandiosos, seus jardins e praças encantadores, dava até para sentir o cheiro da sua gastronomia impecável!

Hasta luego, mi Buenos Aires querida!

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Sua viagem foi muito gostosa mesmo Fernando! E parabéns por não deixar o frio tirar o entusiasmo de vocês! As fotos ficaram muito bonitas, cheias de cor. Agora fica a lembrança e talvez a vontade de voltar para essa cidade encantadora.

Na categoria dica do leitor você encontra muitos outros relatos de brasileiros em Buenos Aires, corre lá para se inspirar para sua viagem.

E quem já visitou a cidade pode compartilhar alguma dica ou seu roteiro conosco. É só escrever para airesbuenosblog@gmail.com e junto enviar algumas fotos!

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3 comentários em “Sete dias de frio em Buenos Aires – Dica do leitor”

  1. Adorei o blog! Meu namorado e eu estamos planejando passar uma semana pela Argentina em julho deste ano, espero que esteja friozinho por lá, quero tirar os casacos do armário, aqui em Recife sempre faz calor e a gente está meio que fugindo disso kkkk, com certeza iremos a Buenos Aires, já estou louca pra turistar por lá

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