Quase todo mundo conhece o Fernet, o famoso digestivo argentino. Mas talvez você nunca tenha ouvido falar no nosso aperitivo preferido, o Amargo Obrero.
Fomos apresentados a ele pelo amigo (e grande figura) Eduardo Baró, que nos recebeu para uma parrilla em sua terraza com uma dose dessa bebida escura, alcoólica e amarguinha na medida certa. Mas Amargo Obrero é muito mais do que isso. Estamos falando de um verdadeiro ícone popular, presente no dia a dia dos trabalhadores (os “obreros”) argentinos há mais de 125 anos.
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Amargo Obrero, o aperitivo do povo argentino
Em 1887, na cidade de Rosário, dois empresários “tanos” (ou seja, de origem italiana) tiveram uma grande sacada comercial. No auge das lutas sindicais do fim do século 19, Calatroni e Tacconi criaram um vermute que contrastava com os aperitivos super doces consumidos pela elite de então.
Amargo, à base de ervas e com 19% de álcool, o novo produto era destinado à classe trabalhadora, que não via a hora de chegar em casa, tirar o sapato e relaxar com um bom trago depois de 12 horas de labuta na fábrica.
O rótulo, inspirado na estética do anarco-sindicalismo europeu em voga na época, trazia a mão de um operário forte, punho e foice em riste, além de cenas que remetem à rotina do trabalho pesado, no campo ou nas fábricas, com um sol nascendo ao fundo. Não demorou para ser considerada uma bebida “peronista”.
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Na década de 1980 a marca é comprada pela empresa Cepas Argentinas SA, que em 2012 atualiza a estética do produto, sem perder sua essência: o culto à argentinidade e à cultura do bairro, do bar e do clube, sempre fiel à autêntica idiossincrasia do sentimento popular.
Esses “valores” estão presentes em suas deliciosas campanhas de comunicação no Facebook, onde a marca costuma parabenizar a classe operária por seu dia, além de criar montagens divertidas e dar dicas de como preparar o trago da melhor forma. Tudo numa linguagem maravilhosamente tosca e vintage.
Por falar em preparo, existem três receitas clássicas, batizadas de “El Che” (metade Obrero, metade Cola-cola), “Pueblo Grande” (60% obrero, 40% soda de sifão) e nossa preferida “Pico y Pomelo” (metade obrero, metade refrigerante de pomelo).
O pomelo, como vocês sabem, é o tal do grapefruit, uma laranja amarguíssima muito consumida na Argentina. (Na versão refri, a marca mais famosa é a Paso de los Toros, cujo slogan “cortá con tanta dulzura” já rendeu comerciais hilários.)
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Aí, é só colocar gelo e brindar com os companheiros da fábrica – digo, com os amigos. O Amargo Obrero era uma bebida bem popular e barata. Experimente!!!
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Sou jornalista e tradutora brasileira, e há doze anos visito regularmente Buenos Aires. Em agosto de 2015 vim pra cá de mala e cuia para passar uma longa temporada. Livros, cinema e cultura em geral são meus assuntos preferidos. Você pode acompanhar minhas andanças aqui no Aires Buenos e também no Medium.