Os primeiros trinta dias em Buenos Aires: um balanço

Sopramos a velinha do nosso primeiro mês em Buenos Aires: continuamos 100% dependentes do café brasileiro. A constatação se deu essa semana, quando abrimos o terceiro (e penúltimo!) pacote de Três Corações e ainda não encontramos uma alternativa local decente nos supermercados (as marcas argentinas já vêm com o café adoçado, o horror).

Essa não é, naturalmente, a única constatação destes primeiros trinta dias em Buenos Aires.

Comecemos com as ruins, que é pra terminar em clima otimista. E mando já a pior delas: a faxina argentina é tipo o vinho brasileiro, una mierda. Estou generalizando muito, eu sei (até porque há ótimos vinhos na Serra gaúcha), mas acho válido deixar esse toque pra quem anda pensando em vir pra ficar. Se você é neurótico por limpeza, este definitivamente não é seu lugar.

Visitamos muitos imóveis e o quesito faxina sempre deixou a desejar em todos os apês que vimos, de San Telmo a Palermo Soho. Veja bem, não é que sejamos super frescos, tampouco estou insinuando que falte higiene aos argentinos. O ponto é: pra que perder tempo faxinando a casa quando se tem uma cidade incrível e pulsante lá fora pra aproveitar, não é mesmo?

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Primeiro mês - trinta dias em buenos aires
Desnecessária a legenda.

Passemos para a seguinte constatação, que também é um tanto reclamona (depois eu juro que paro): mesmo os mais elementares serviços podem dar alguma dor de cabeça. Reze para não precisar de um chaveiro, encanador ou qualquer conserto rápido. Primeiro, porque não será nada rápido.

Embora Buenos Aires seja uma das maiores capitais do continente, com 14,5 milhões de habitantes, a onda aqui é tirar o pé do acelerador, deixar as coisas fluírem ripongamente e procurar não esquentar a cabeça.

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Primeiro Mês
Estacionar: um pequeno caos.

Os portenhos (não todos, mas muitos) não estão nem aí se a roupa está combinando, o cachorro cagou na calçada ou se pararam o carro em faixa dupla. Eles têm certa razão: há um milhão de coisas mais importantes na vida, e que nos demandam tempo, da física quântica ao saxofone, da culinária vegana à leitura da obra completa de Jorge Luis Borges. Questão de prioridades.

Um balanço bem prático deste primeiro mês: não vale mais a pena comprar roupas ou sapatos em Buenos Aires (estão caríssimos!), mas outros itens continuam baratos, como livros, vinho, cinema, transporte, shows e comida. Ou seja: o essencial.

Confira => Passeios em Buenos Aires

trinta dias em buenos aires
Feira Buenos Aires Market, sempre num lugar diferente da cidade.

Por falar em comida, eis uma constatação dramática: se antes nosso medo era pagar excesso de bagagem ao entrar na Argentina, agora o medo é pelo excesso de peso ao sair dela.

Devo ter engordado uns 3 quilos nestes 30 e poucos dias, e a culpa não é só minha, mas das empanadas da La Fachada, dos helados da Persicco e de toda sorte de medialunas. Sem contar os alfajores. E doces de leite. E pizzas. Adiós, suco verde e arroz integral.

Transporte => Transfer privado do aeroporto de Ezeiza

Primeiro mês
Quitanda em Villa Urquiza, uma das partes boas dos nossos primeiros trinta dias em Buenos Aires

Por outro lado, morar numa cidade plana nos faz caminhar 15, 20 quadras diariamente sem nem perceber. Aqui, o sedentarismo do automóvel não tem vez, já que é fácil e bastante econômico se locomover de metrô, ônibus ou bicicleta.

Aliás, Buenos Aires já tem seu sistema de locação gratuita de magrelinhas, como o de Paris – serviço que testaremos logo, logo. Ainda sobre locomoção, duas dicas fundamentais: compre já um cartão SUBE de transporte integrado (as passagens são subsidiadas em cerca de 20%) e baixe o aplicativo CómoLlego, que ensina a ir de um ponto a outro da cidade.

Apesar de um tanto mais suja e caótica do que em outros tempos, Buenos Aires continua linda, e caminhar por uma cidade interessante visualmente dá outra motivação – mesmo que seja preciso olhar pra calçada para não pisar nas temíveis bombas fecais caninas.

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Primeiro mês - trinta dias em buenos aires
O gato subiu na terraza. Foto: Luiz Apolonio

Depois de um mês no sexto andar de um edifício em San Telmo, mudamos para uma casa térrea em Colegiales. Na verdade, um “PH” (leia-se “pehache”, sigla para Propriedade Horizontal), no nosso caso com um pequeníssimo pátio e terraza.

A mudança trouxe mais conforto e qualidade de vida sob todos os ângulos, da possibilidade de plantar temperos e ler o jornal tomando um solzinho até os preços mais acessíveis de um pacato bairro residencial, bem diferente do turístico e badalado San Telmo.

Dica => Passagem de barco para Colônia de Sacramento (com tour opcional)

Primeiro mês
Ah, o exagero dos portenhos.

Ainda não entendemos a obsessão dos argentinos pela soda, por sapatos plataforma e plantas carnívoras (vimos pelo menos 3 lojas no centro), mas aos poucos vamos descobrindo as idiossincrasias desse povo e dessa cidade, que tem tudo o que adoramos e só um pouquinho das coisas que detestamos.

O balanço dos nosso primeiros trinta dias em Buenos Aires, portanto, é positivo. Gracias Buenos Aires. Pelo menos por enquanto.

Veja todos os posts da Mariana na seção Vida Portenha.

E não viaje para Buenos Aires sem o nosso super guia: várias dicas organizadas para facilitar a sua vida, além de um roteiro dia-a-dia, com mapa e como chegar aos lugares. 😉

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26 comentários em “Os primeiros trinta dias em Buenos Aires: um balanço”

  1. Luiza, muito bom ler os comentários de uma brasileira que está aqui há mais tempo! Olha, não duvido que uma hora eu compre uma plataforma, haha (nunca diga nunca)! Sim, vizinha, Elcano é o canal. Adoramos a peixaria e as casas de produtos naturais – sábado que vem vou fazer um taller gratuito de semillas, aliás. Vamos?! 😉

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  2. Adorei! Realmente, em 1 mês vocês conseguiram fazer um “pantallazo” de como é viver aqui. O café realmente é um “tema”… eu só tomo café em lugares especializados em café (tipo o Coffee Lab, que descobri aqui no Aires Buenos), e em casa só entra café brasileiro. Nao sei te dizer sobre a faxina, porque convivo com uma família argentina onde todos loucos por limpeza, mas é verdade que eles mostram apartamentos de qualquer jeito! Sobre o excesso de “peso”: eu sempre fui magra e nunca ganhei peso fácil… mas nos meus primeiros meses aqui ganhei 5kg, coisa que nao ganhei em anos!! Essa parte dos porteños nao estarem “nem aí” me incomoda bastante, mas é meio que um exercício pra relaxar, às vezes… (tentando ver o copo cheio). Nem sempre o exercício funciona, porque haja paciência pra aguentar motoristas loucos, galera com mangueira aberta jogada na calçada, etc etc etc.
    Também nao entendo a soda e ainda nao terminei de me acostumar com as plataformas, mas confesso que até tenho uma!

    adorei o relato, um beijo!

    p.s.:Como vai a vida em Colegiales? Já exploraram Elcano? 🙂

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  3. Plataformas hahahahah minha esposa fica arrepiada só de pensar nelas.
    Estive recentemente em Santiago, e café lá é nescafé em pó que eles misturam com água e põe no microondas. Maquina de café tb é nescafé em pó. Para comprar um pó de café tem que garimpar os cantos das prateleiras de supermercados, quando tem. Lembro de ter sentido falta do café de Buenos Aires lá rsrs as coisas sempre podem ficar piores.
    Mariana mais uma vez mandando muito bem, parabens. Ler isso só reforça minha vontade de chutar o balde e ir de vez pra BUE de mala e cuia.

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    • Valeu a leitura, Marcelo. Bom saber que ando inspirando sua vontade de dar um pontapé no balde!

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  4. Marailhoso post, estou por aca essa semana em luna de miel.. A cidade é perfeita!! Já sinto saudades antes de ir embora kkk

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