Há alguns meses, ficamos sabendo de um concurso para escolher a melhor “hamburguesa” portenha. O certame, realizado na internet pela BA Capital Gastronómica, pretendia eleger o hambúrguer campeão entre 25 lugares da cidade.
Dezesseis mil pessoas votaram e o resultado saiu em maio de 2017: “Dylan”, da Williamsburg, foi o vencedor, com 3.677 votos.
A equipe do Aires Buenos foi até lá conferir se o sanduba vale mesmo a pena. E olha que vale, viu?
Williamsburg, eleito o melhor hambúrguer de Buenos Aires
Quem é de Curitiba tem sempre um pé atrás quando o assunto é “melhor hambúrguer”. Primeiro, porque lá uma famosa rede de comidas se autointitula a criadora do “Best burger in the world” – sem auditoria nem concurso nem nada! Segundo, porque, apesar da arrogância e da breguice do gesto, os sandubas do Madero são realmente bons pra car@ajo.
De modo que, quando lemos no Clarín e no jornal La Nación que haveria um concurso para eleger a “mejor hamburguesa” da capital argentina, não podíamos deixar de prová-la.
A Williamsburg Burger Bar abriu no final de 2016 nas imediações da Plaza Armenia, uma das áreas mais bacaninhas de Palermo Soho, onde deve ter pelo menos três bares por quarteirão. “Outra hamburgueria em Palermo?”, pergunta-se ironicamente o dono, Alejo Perez Zarlenga. Bem, por que não? Especialmente quando o lugar promete hambúrgueres deliciosos na parrilla (na grelha de churrasco), cerveja artesanal e um setlist caprichado no Spotify.
O concurso avaliou categorias como tempero, acompanhamento, serviço, ambientação e, claro, a qualidade do hambúrguer. Dentre as várias opções do menu, o vencedor foi “Dylan”, um sanduba cuja receita não tem como falhar: 200g de carne muito suculenta, cebola caramelizada, queijo azul fundido e rúcula fresquinha dentro de um pão tipo brioche elaborado na própria casa. Para acompanhar, fritas ou chips de mandioca. O combo sai por $ 180, cerca de R$ 35 (preço de julho de 2017). É caro, sim, mas se a fome não for tanta dá até pra dividir, porque a porção de fritas é imeeeeensa!
“Dylan” harmoniza perfeitamente com um chope artesanal mais amarguinho ($95 a “pinta”), mas eu, que sou do contra e detesto cerveja, pedi uma pomelada ($45). Williamsburger tem outras opções de sanduba (com carne de porco, frango ou vegetariana). O que leva o nome da casa sai por $210 e tem ovos, bacon crocante, pepino e maionese. Uma boa pedida é a Degustação de Hambúrgueres, que custa $250 e serve três na versão mini, entre eles o Dylan.
Se é o melhor hambúrguer de Buenos Aires? Só dá pra responder quem provou todos, e estamos longe disso. Pessoalmente, achei divino (o lugar também tem um clima ótimo pré-balada, com tragos preparados “con onda” no balcão). Mas acho que o Túlio vai continuar dizendo que o hambúrguer do Pony Line, bar do hotel Four Seasons, ainda é o melhor de Buenos Aires 😀
Para quem é fã da especialidade, eis o top 10 segundo a votação no Facebook:
1° Williamsburg (3.667 votos)
2° Heisenburger (2.898 votos)
3° Toto’s (1.278 votos)
4° Pérez-H (918 votos)
5° Big Sur (671 votos)
6° Kary’s Burger Class (580 votos)
7° 180 Burger Bar (569 votos)
8° Paris Burger (558 votos)
9° Deltoro (492 votos)
10° Trixie American Dinner (485 votos)
Williamsburg
Armenia, 1532, Palermo
Abre diariamente do meio-dia às 2h da manhã. Nos finais de semana e vésperas de feriados, até as 3h.
Site: williamsburgba.com
Facebook: www.facebook.com/williamsburg.burgerbar
* A votação que é uma ação da prefeitura de Buenos Aires foi muito questionada pela comunidade gastronômica da cidade. Williamsburg certamente tem um ótimo hamburguer, mas ganhou porque soube fazer seus clientes votarem mais que os outros, levando tablets na mesa e no caixa, fazendo que as pessoas votassem antes mesmo de terem comido. A lista é bastante estranha. Coloca lugares muito bons de hamburguer como Williamsburg, Big Sur e Haisenburguer do lado do Toto´s que é um lugar onde a galera vai no fim da balada comer um sanduba muito do vagabundo, feito com hamburguer de supermercado. Muitas hamburguerias nem quiseram participar da votação por exemplo por não concordarem com a maneira que funcionava.
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Sou jornalista e tradutora brasileira, e há doze anos visito regularmente Buenos Aires. Em agosto de 2015 vim pra cá de mala e cuia para passar uma longa temporada. Livros, cinema e cultura em geral são meus assuntos preferidos. Você pode acompanhar minhas andanças aqui no Aires Buenos e também no Medium.
Estava me preparando para pergutar sobre o Burguer Joint quando vi o asterisco fatal 😛