Há um mês contei aqui que estava deixando o querido bairro de Colegiales para morar no nosso terceiro endereço portenho, em Palermo. Todo mundo que visita Buenos Aires acaba, cedo ou tarde, vindo bater perna por aqui. Os parques mais bonitos da cidade ficam na região, assim como alguns de seus melhores restaurantes, bares, museus, livrarias, centros culturais. É impossível, porém, conhecer por inteiro este que é o maior dos 48 bairros portenhos. E agora que nos tornamos “palermitanos”, tenho a obrigação de fazê-lo.
Foi numa dessas andanças que topamos com o Bochín Club. Uma daquelas descobertas maravilhosas que fazem a gente dar pulinhos de alegria.
Bochín Club: o bom, bonito e barato de Palermo
Era 25 de maio, feriado nacional em que 9 entre 10 argentinos saem para comer locro, o prato da pátria. Só que já passava das duas e meia da tarde e todas nossas tentativas de provar a iguaria foram frustradas: ou o lugar estava fechado, ou cheio demais, ou era caro, ou muito longe. Quando já estávamos quase desistindo, topamos com uma placa em forma de brasão que dizia Bochín Club. Entramos. O salão estava bem cheio, mas havia uma mesa de fundo nos esperando. Curtimos tanto a buena onda do lugar que decidimos ficar mesmo depois de o garçom informar que o locro tinha acabado.
Fundado em 1925, Bochín é um clube de bairro, daqueles em que os vizinhos se associam pra usar a quadra de paddle, jogar bocha (daí o nome bochín) e comer churrasco com a parentada no domingo. No salão, as paredes ostentam fotos de gente que você não faz a menor ideia quem são, enquanto nas prateleiras há troféus e taças de tudo quanto é campeonato esportivo, incluindo arco e flecha, o carro-chefe do clube.
(Tá bom, talvez “pitoresco” e “autêntico” sejam melhores adjetivos do que o “bonito” do título.)
Mas vamos direto ao ponto, que você provavelmente não vai lá pra usar a quadra. Depois de olhar o cardápio – de plástico, com fotos lindamente toscas -, deu pra entender que ali o forte são o assado, as achuras (aqueles carnes meio polêmicas, tipo chouriço, morcilla, chinchulin), além das massas e milanesas. Já que não tinha mais locro, fomos de bife de lomo com batatas e de frango à milanesa à la Maryland, com creme de milho, batata frita e banana frita (sim, tudo frito, porque como dizem os sábios, “do chão não passa”.) Quando o garçom trouxe tudo, entendemos que devíamos ter pedido um só prato, e não dois. As porções são imensas e tivemos que pedir pra embrulhar. Os preços também são bastante em conta, já que cada prato sai em torno de 180 pesos (menos de 50 reais) e dá pra compartilhar tranquilo. Se a fome persistir, sempre dá pra pedir uma sobremesa: o flan, por exemplo, fica em $50 pesos.
Seria exagero dizer que, entre a multiplicidade de restaurantes de Palermo, o Bochín é um dos melhores. Estamos falando de um lugar simplão, na linha “baixa gastronomia”, que serve comida caseira e sem invencionices, só que muitíssimo bem preparada, abundante e barata. Ideal pra ir com a família ou, à noite, com os amigos pra tomar cerveja e comer uma boa parrilla – se estiver calor, nas mesinhas de plástico ao ar livre. Tudo assim, delicioso e sem frescura.
Bochín Club
Julián Álvarez 2355, Palermo
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Sou jornalista e tradutora brasileira, e há doze anos visito regularmente Buenos Aires. Em agosto de 2015 vim pra cá de mala e cuia para passar uma longa temporada. Livros, cinema e cultura em geral são meus assuntos preferidos. Você pode acompanhar minhas andanças aqui no Aires Buenos e também no Medium.
ola, vou passar uma semana ai final do mês, queria saber em almoço e jantares, quanto gastaria mais ou menos, em lugares simples nada sofisticados, rs para ter uma ideia de quanto levo
obrigada pelos posts
Adorei esse post! Essência da Bue que eu amei tanto! E que me enche de saudade!